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Não me arrependo de ter divulgado áudio entre Lula e Dilma "MORO"
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juiz federal Sérgio Moro afirmou nesta
segunda-feira (27), em São Paulo, que não se arrepende de ter divulgado áudio
de conversa em 2016 entre a então presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente
Lula, que acabava de ser nomeado para a o cargo de ministro da Casa Civil.
“Não me
arrependo de forma nenhuma, embora tenha ficado consternado com a celeuma que a
divulgação causou”, disse em entrevista no fórum Amarelas ao Vivo, promovido
pela revista Veja.
No diálogo,
Dilma afirmava a Lula que mandaria a ele o "termo de posse" para
"caso de necessidade". A oposição interpretou a fala e a nomeação do
ex-presidente como uma tentativa de dar a ele foro privilegiado. Assim, ele
ficaria livre de uma eventual ordem de prisão da Justiça do Paraná, já que essa
eventual determinação deveria partir do Supremo Tribunal Federal (STF).
Dilma e Lula
negaram. O governo afirmou à época que a presidente estava enviando a Lula o
termo de posse para ele assinar porque o ex-presidente estava com dificuldades
para comparecer à cerimônia de posse em Brasília.
Moro chegou
a pedir desculpas ao STF à época por ter retirado o sigilo do áudio. Nesta
segunda, porém, ele disse que a gravação precisava vir a público. "Na
minha opinião eu fiz o que a lei exigia e o que eu achei que era
necessário", disse. "Não eram exatamente conversas
republicanas", afirma. "Não cabe ao poder Judiciário servir guardião
dos segredos sombrios dos nossos governantes", completou.
Ele ainda
comparou a divulgação ao caso Watergate nos Estados Unidos, nos anos 70, que
culminou com a renúncia do presidente Richard Nixon. Fazendo uma comparação, há
evidentemente as devidas diferenças, seria como a Corte Americana dissesse ao
Richard Nixon ‘pode ficar com as fitas, não tem problema nenhum'", disse.
Durante a
entrevista, Moro ainda negou ser candidato, alegando que uma candidatura sua no
futuro ou agora "seria inapropriado" em razão do trabalho feito na
Lava Jato.