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Lava Jato prende CEO da GE e executivo da Philips
Entre os 22 mandados de prisão emitidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, na
A operação, um desdobramento da Fratura Exposta, braço da Lava Jato no Rio, mira contratos na área da saúde celebrados pelo estado do Rio e pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into). Também foi decretado o bloqueio de bens dos investigados no total de 1,2 bilhão de reais.
De acordo com a Procuradoria da República no Rio, a partir das investigações da Fratura Exposta, órgãos de controle como o Conselho de Defesa Administrativa (Cade), o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria Geral da União (CGU) identificaram um cartel de fornecedores que atuou entre os anos de 1996 e 2017 no Into.
De acordo com as investigações, a empresa Oscar Iskin, do empresário Miguel Iskin, era a líder do cartel formado por pelo menos 33 empresas, algumas delas atuando como laranjas das demais, que se organizavam no chamado “clube do pregão internacional”.
Segundo as investigações, o núcleo operacional da organização criminosa era formado por funcionários de confiança da empresa Oscar Iskin. Eles eram responsáveis por fazer a ligação entre o setor público (núcleo administrativo-político) e os empresários cartelizados (núcleo econômico) para direcionar as demandas públicas (insumos médicos a serem adquiridos e cotação de preços fraudadas) e as contratações, mediante a desclassificação ilícita de concorrentes que não faziam parte do cartel.
De acordo com a Procuradoria, Frederik Knudsen era supervisor de vendas da Philips à época dos fatos e articulou as vendas de equipamentos para o Poder Público com um funcionário da Oscar Iskin e, mesmo alertado por uma testemunha sobre os indícios de fraude, orientou o seu funcionário a prosseguir com tais práticas. Já Speranzini Júnior era o CEO da empresa e hoje exerce a mesma função na GE Healthcare na América Latina, uma empresa que também foi citada pelo delator que entregou o esquema, Cesar Romero, como parte do “clube do pregão internacional”.
A Procuradoria também obteve e-mail em que são “debatidas questões a respeito da certificação de um equipamento vendido pela GE para a Secretaria de Saúde por intermédio da Oscar Iskin, especialmente com a atuação de Miguel Iskin, e seus funcionários Gaetano Signorini e Marcus Vinícius” (conteúdo Veja)