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A pobreza que poderemos estar gerando com mais medidas de isolamento


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A pobreza que poderemos estar gerando com mais medidas de isolamento

Coluna


Sei que é um assunto delicado, polêmico, e talvez esteja pisando em ovos, sobre um assunto repleto de especialistas, com formação das mais variadas e muitos, com conhecimento das rodas de boteco e mídias sociais da vida. Sei também que mesmo concordando ou não, Voltaire já defendia a liberdade de expressão e opinião, mas que muitos ainda não se aperceberam que o seu direito termina quando começa o do outro. São os ossos do ofício em tempos de pandemia.

Tenho, confesso, grande receio de onde tudo isso vai parar, especialmente pelo fato de que, por mais que se preveja uma série de situações, retomada gradativa de certas atividades, e mesmo se planejando, a todo momento corre-se o risco de mandar parar os setores produtivos, e isso também gera uma grande insegurança de empreendedores, trabalhadores, famílias e governo.

O fato é que, qualquer decisão que se tome, nunca se terá certeza dela. O que se sabe porém, embora muitos não admitam, é que sabe-se, como a luz do dia que está lá fora, os efeitos de quaisquer decisão, seja para A ou para B.

Nesse sentido, me preocupa de fato, o quanto as medidas de isolamento, tão defendidas por muitos grupos poderá acarretar na contribuição do empobrecimento massivo da população, especialmente as mais desprovidas, que não tem condições de poupar, e em muitos casos, com poucas qualificações profissionais. Essas pessoas, serão ainda mais reféns do Estado, o mesmo que está se endividando e que logo, logo poderá “secar a Barrosa”.

Não está sendo fácil para ninguém. Os cabeças nos governos em todas as esferas devem estar se remoendo pensando em alternativas para tudo isso. Ao contrário do que se pensa, me parece que o status só tem piorado e manter a moral elevada, depende de uma mente forte e saudável. Ainda assim, creio não ser suficiente.

Ocorre que, assim como em outros momentos, sempre defendi os setores produtivos, e com a pandemia, isso só reforça minha forma de pensar – sempre respeitando as opiniões contrárias – mas que, assim como qualquer outro, na medida do possível, tento se colocar no lugar do outro, mesmo sabendo que essa experiência é competência única e insubstituível.

As medidas de isolamento completo da população, por melhores que sejam as suas intenções, tem criado um problema social crônico na economia local, estadual e nacional. Os setores públicos e privados dependem dos setores produtivos: indústria, comércio e serviços. O agronegócio é o que tem mantido nosso país de pé, mesmo com todo o ataque de ambientalistas de carteirinha de plantão permanente. E o que fazer?

Se você está trabalhando de casa durante essa pandemia, certeza que está gastando menos com transporte e alimentação fora de casa, por exemplo. Em contrapartida, milhões de trabalhadores tiveram seus salários reduzidos, ou pior, perderam completamente seus empregos e salários. O esforço para manter as contas em dia tem sido descomunal.

A pandemia trouxe uma situação estranha, e fica difícil comparar com crises anteriores. Enquanto classes mais abastadas acabam economizando pela redução de gastos, e consequentemente tendo mais poupança... classes menos desprovidas tem tido sua “pobreza” aumentada pela perda de renda e/ou vive sob ameaça de uma perda iminente de renda. Estamos sob um tipo de pesadelo difícil de terminar!


Inácio Pereira
– Economista
Adviser Consultoria


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