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Bretas não tem medo, mira Gilmar: ‘Há pessoas que julgam até casos que envolvem afilhado de casamento’


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Marcelo Bretas foi questionado pela BBC Brasil sobre como agiria se um processo envolvendo Wilson Witzel, seu amigo há 15 anos e hoje governador do Rio, chegasse às suas mãos.


“Jamais julgaria algo com relação ao Wilson, por ser meu amigo. Primeiro, (…) não tenho competência. Como governador, ele não responde na primeira instância. Não tem nenhuma situação em que eu teria que julgá-lo”, respondeu o juiz da Lava Jato.



“Eu o trato como amigo e, se algum dia ele estiver na iminência de vir para a minha jurisdição, a mim caberá dizer: ‘olha, é meu amigo, nesse caso eu não participo’. Isso para mim é muito claro.”

A reportagem insistiu e perguntou a Bretas como seria se ele tivesse de julgar, por exemplo, Eduardo Paes, adversário político de Witzel.

“Mas aí você quer entrar dentro da alma das pessoas e imaginar”, rebateu o juiz. “A lei determina que eu não posso ter relação de amizade ou inimizade com o réu. Agora as pessoas querem divulgar essa dúvida: ah, o juiz não pode julgar alguma coisa envolvendo um amigo, ou um inimigo, de um amigo. Se for assim, não vai ter fim nunca.”

E acerscentou: “Há casos de pessoas que eventualmente julgam até casos que envolvem afilhado de casamento, né? E não se dão por suspeitos ou impedidos”.



Como os leitores sabem, trata-se de uma referência ao padrinho de casamento da filha de Jacob Barata, Gilmar Mendes.

Marcelo Bretas também explicou por que ser chamado de “juiz herói” o incomoda –isso é “minimizar a importância” do seu trabalho, argumenta.


“Olha só. Tudo que eu faço aqui é submetido a um tribunal no Rio de Janeiro. Depois a um outro tribunal em Brasília. E depois ao STF”, explica o juiz da Lava Jato no Rio.



“Se uma decisão minha chega até um ministro do Supremo, é porque ela se manteve perante o tribunal do Rio (…) e o tribunal do STJ. Então no tribunal do Rio também são desembargadores heróis? São justiceiros? O ministro do STJ que manteve a minha decisão –ele também seria um justiceiro?”, pergunta Bretas.

“Então abstrai-se disso tudo e volta-se à crítica ao juiz herói. Por que ao juiz de primeira instância? Porque é a parte mais fraca. É o soldado do sistema judiciário”, prossegue ele.



“Mas se uma decisão está sendo discutida no STF, é porque ela foi mantida por várias outras autoridades do Judiciário, e aparentemente é uma decisão plausível, não é nenhuma aberração jurídica.”


É uma boa resposta aos petistas que insistem em fingir que só Sergio Moro condenou Lula.

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